- The Brazilian Critic
Com estreia tímida, segunda temporada de “Carcereiros” aumenta o ritmo da anterior
Atualizado: 17 de Jul de 2020
Está disponível no Globoplay desde a última semana de novembro a segunda temporada de “Carcereiros“. Com estreia tímida (talvez pelo fato de a primeira temporada ainda estar sendo exibida em rede aberta), a continuação do seriado é uma produção da TV Globo, Gullane e Spray Filmes e tem roteiros de Marcelo Estarobinas e Dennison Ramalho, livremente inspirados no livro homônimo de Dráuzio Varella, e direção de Fernando Grostein Andrade e direção artística de José Eduardo Belmonte.
Nesse novo ano, Adriano se vê preso, metafórica e literalmente, ao seu relacionamento com Érika, que está na penitenciária feminina. Em casa, seu pai parece ter melhorado depois de ter achado uma nova companheira e a filha, Lívia, se conectou mais com o pai depois da saída de Janaína da casa. Na carceragem, os dilemas continuam, com novas situações que interferem no dia-a-dia de Adriano, que tem a missão dura de conter os presos e ganhar seu respeito, o que acaba colocando sua sanidade, física e mental, em risco.

A nova temporada continua seguindo o formato da primeira, mesclando a parte ficcional com depoimentos reais de agentes penitenciários. Dessa vez a parte documental dá mais espaço para a ficção, deixando a história ganhar maior ritmo, o que funciona melhor.
As câmeras continuam com tomadas claustrofóbicas, passando a sensação do cárcere para o espectador, além da iluminação ser condizente ao cenário prisional. A montagem é ágil e interage junto com a história, assim como a trilha sonora bem selecionada.
Com 14 episódios, sendo dois continuações de anteriores, a nova temporada se mostra mais eficaz em centralizar o personagem Adriano, mostrando as interferências de suas atitudes sociais no trabalho, e vice-versa. As tramas são bem elaboradas e as personagens são desenvolvidas com certa dualidade. Há também maior espaço para a vida de Adriano fora da prisão, com alguns episódios destacando o relacionamento com a filha e amante, fortalecendo a imagem do personagem.
Rodrigo Lombardi continua ótimo como Adriano, mostrando sua importância dentro da cadeia e a forma como ele lida melhor com as adversidades da prisão do que com as do cotidiano.
Dentre os personagens recorrentes, são destaque Letícia Sabatella e Giovanna Rispoli, que fazem Érika e Lívia, respectivamente. Ambas têm episódios importantes, o que dá a oportunidade de explorar a qualidade de suas atuações. Othon Bastos, Mariana Nunes, Samantha Schmütz, Tony Tornado e Milton Gonçalves também estão bem em cena.
