- The Brazilian Critic
“Segundo Sol” não foi ruim, mas diminuiu o 'padrão João Emanuel Carneiro' de novelas
Atualizado: 17 de Jul de 2020
Terminou na última sexta-feira (09/11) a saga de Beto Falcão e da marisqueira Luzia nas noites da TV Globo. “Segundo Sol”, novela do aclamado autor João Emanuel Carneiro e dirigida pela equipe de Denis Carvalho, chegou ao fim agradando alguns espectadores mas deixando a maioria com a sensação de que poderia ter sido melhor finalizada.
Com 155 capítulos e quase sete meses de exibição, “Segundo Sol” desde o começo prometia ser um folhetim simples: a luta de um casal de mocinhos para viver seu grande amor, passando por grandes adversidades e vilões bem característicos.
Não que o simples não seja agradável, mas em se tratando de João Emanuel Carneiro, a ausência de reviravoltas no enredo e uma trama diferenciada acabaram cortando um pouco a expectativa do público. Novelas como “A Favorita” e “Avenida Brasil”, dois clássicos do autor que com certeza definiram sua marca, foram muito superiores à sua atual produção, e mesmo “A Regra do Jogo”, seu último trabalho, que também não agradou a todos, conseguiu ser melhor pela complexidade da trama e dos personagens.

Mesmo com uma história simples demais, não há como negar a facilidade do autor em criar personagens memoráveis. O Beto Falcão de Emílio Dantas conseguiu apagar da memória seu último personagem em “A Força do Querer”, trazendo um protagonista carismático e que agradou, além da química com a mocinha Luzia, de Giovanna Antonelli.
Mas são os vilões que roubam a cena nas novelas de João Emanuel Carneiro, e dessa vez foram três: Laureta, de Adriana Esteves; Karola, de Deborah Secco; e Remy, de Vladimir Brichta; todos em total sintonia com seus personagens, resultando em performances fantásticas e cenas brilhantes. No mesmo núcleo, brilhou também Rosa, de Letícia Colin, um papel mais complexo e cheio de ambiguidades e que acabou sendo muito bem interpretado pela atriz.
O elenco secundário também teve seus bons momentos em tramas paralelas. Na casa dos Athayde, Fabrício Boliveira como o vingativo Roberval; Cláudia di Moura excelente como a submissa Zefa; Caco Ciocler como Edgar; Odilon Wagner como o patriarca Severo; Maria Luísa Mendonça como Karen; e Giovanna Lancelotti como Rochelle; todos muito bem em cena. Outras boas interpretações vieram de Armando Babaioff, José de Abreu, Arlete Salles, Luis Lobianco e Roberto Bonfim.
